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terça-feira, maio 23, 2017

JUSTICEIROS PREMIAM CARNICEIROS COM MÃOS LIVRES E BOLSOS CHEIOS.


Grande parte da imprensa errou ao divulgar com estardalhaço a transcrição da gravação clandestina feita por Joesley Batista. Como provado está, a transcrição divulgada não era fiel à gravação que levou o país a mergulhar numa crise de governabilidade.


Pelo que já sabemos, as gravações de Joesley Batista foram colhidas às escondidas, de forma traiçoeira e com duplo objetivo: livrar-se da cadeia e desestabilizar o governo Temer, um governo que bem ou mal, vem fazendo as reformas que nenhum outro ousou fazer nos últimos 30 anos e mais, que vem despendo grandes esforços para consertar parte do desmantelo econômico herdado após 14 anos de roubalheira petista.


O país inteiro se pergunta intrigado e muito desconfiado: quais foram as motivações que levaram o Ministério Público de Brasília e o ministro Edson Fachin a ouvir tantas confissões criminosas (crimes gravíssimos) e ao final decidiram perdoar todos os crimes confessados pelos bandidos da JBS?


Outra pergunta que o Brasil exige resposta: por que o ministro Fachin não mandou prender, em primeiro lugar e no ato, Joesley Batista, o bandido que confessou que teria comprado 2 juízes?; que disse garbosamente que infiltrou um espião (o procurador Angelo Goulart) na operação Greenfield para atuar a serviço do bando da JBS?; que acertou com o ex-ministro da fazenda, Guido Mantega, uma propina depositada numa conta no exterior, no montante de U$ 150 milhões, para bancar Lula e Dilma?; que recebeu do Estado do Ceará uma restituição de ICM no valor de R$ 110 milhões e deu R$ 20 milhões de propina para Cid Gomes?; que deu R$ 600 milhões do dinheiro rapinado do BNDES para comprar 1.829 políticos nos últimos anos?; que no rol das propinas figuram 129 deputados estaduais de 23 estados; 167 deputados federais de 19 partidos e 28 senadores; 16 governadores eleitos?



Mesmo estando ciente dos crimes cometidos e confessados pelos mafiosos da JBS (todos réus confessos) o ministro Fachin decidiu, monocraticamente, com base na gravação fajuta, abrir inquérito contra o presidente Temer, acusado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, de obstrução da Justiça, de corrupção passiva e de participação em organização criminosa.


Toda contradição carrega no seu bojo incoerência proposital. Esse acordo ou melhor, esse prêmio concedido à JBS jamais poderia ter sido homologado por decisão monocrática de um ministro que comprovadamente recebeu ajuda dos criminosos a quem perdoou para se tornar ministro do STF. O benefício concedido por Fachin carece de fundamentação idônea, porque afronta os dispositivos jurídicos de proporcionalidade, razoabilidade e moralidade.

Claro que temos todo o direito de desconfiar de que tudo isso faz parte de uma conspiração e de um plano muito bem urdido para sabotar e derrubar o governo, afinal os atos criminosos que encobrem cada etapa dessa operação são gravíssimos e comprometem diversos agentes públicos que atuaram ou atuam no enredo para salvar os criminosos da JBS. Por exemplo:

Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS e homem de confiança dos Batistas, teve aulas de “delação premiada” com Anselmo Lopes, procurador da República e com Rubia Pinheiro, delegada da Polícia Federal, duas autoridades que lideravam a Operação Greenfield, da PF, que investiga os crimes da quadrilha da JBS.

Outro fato que comporta suspeitas: o procurador Marcelo Miller, homem de confiança de Rodrigo Janot na Operação Lava Jato, demitiu-se em março de 2017 do Ministério Público Federal para atuar como advogado na iniciativa privada, levando consigo uma montanha de informações sigilosas, afinal, por ele passaram todos os procedimentos que viabilizaram a delação da Odebrecht; as denúncias do ex-senador Delcídio do Amaral e a delação de Sérgio Machado, outro delator que embolsou uma fábula de dinheiro e hoje está soltinho da silva graças aos préstimos das autoridades de Brasília. Hoje Marcelo Miller trabalhando no escritório Trench, Rossi e Watanabe, que participou da elaboração do acordo de leniência da J&F, a holding dos irmãos Batista.

Ora, a gravação de uma conversa criminosa de Lula com Dilma (aquela em que Dilma nomeava Lula ministro, apenas para ele não ser preso), gravação feita com autorização do juiz Sergio Moro, foi anulada como prova de crime pelo STF, mas a gravação clandestina do bandido da JBS, feita sem autorização de nenhuma autoridade, está valendo como prova contra o presidente Temer.

Janot e Fachin foram tão ligeiros no gatilho, que não tiveram sequer o cuidado de mandar periciar a gravação ilegal da conversa com o Temer. Tanto é verdade que a Associação Nacional dos Peritos Criminais, afirma ser “inaceitável que não se tenha solicitado a necessária análise técnica no material divulgado.

São diversas as confissões criminosas dos irmãos Batistas. José Cláudio Rego Aranha, o diretor que dava pareceres no BNDES para aprovar em tempo record os pleitos da JBS, era membro do conselho de administração da JBS.

Joesley Batista, ciente de que a armação causaria um terremoto político no país, aproveitou para lucrar com isso: vendeu R$ 300 milhões de ações da JBS em alta e lucrou em poucas horas 9,68% por ação. Comprou US$ 1 bilhão de dólares a R$ 3.10 e logo após a delação o dólar subiu para R$ 3.44, gerando um lucro de R$ 0,34 por dólar, algo em torno de R$ 300 milhões somente nessa falcatrua.

Quando os Batistas terminaram o cafezinho na sala do ministro Fachin, a bomba estourou no noticiário, causando prejuízos para a empresas brasileiras que operam na Bolsa de Valores de R$ 200 bilhões.

Só esses fatos são suficientes para provar a intenção criminosa dos Batistas. Mas nada disso foi considerado pelas autoridades de Brasília. E de quebra os Batistas ganharam imunidade total e o direito de viverem livres, leves e soltinhos da silva nos Estados Unidos, sem riscos de serem presos, sem tornozeleiras e gozando de todas as regalias que o dinheiro sujo pode comprar.

O procurador Janot acusa Temer de haver prevaricado pelo fato de ouvir o carniceiro da JBS confidenciar alguns atos criminosos e não ter feito nada. Ora, o próprio Janot e Edson Fachin, duas autoridades do judiciário com poderes para enquadrar criminosos, também ouviram um Everest de confissões criminosas do bufão da JBS e o perdoaram, o tornaram intocável, impune e de quebra o premiaram com os benefícios de uma delação superpremiadíssima.

Vejam o quanto o ministro Fachin foi bondoso para com os bandidos da JBS ao aprovar os termos de uma cláusula de impunidade desproporcional que prevê a extensão da impunidade, não só no presente, como no futuro: "No caso de existirem investigação criminal e/ou denúncias já oferecidas” em outras instâncias, o benefício dado aos delatores será, “no caso das investigações, a imunidade”, e, no caso de denúncias já oferecidas, “o perdão judicial”. Tanto é verdade que, dois dias depois a Polícia Federal não pode cumprir um mandato judicial de condução coercitiva dos Batistas para explicar uma série de falcatruas envolvendo R$ 8 bilhões que o bando recebeu do BNDES para a compra de companhias rivais, sufocação de concorrentes e para subornar políticos corruptos.

O ministro deu esse prêmio fabuloso aos Batistas com base numa jurisprudência ordinária do STF, que define o seguinte: os terceiros, ainda que acusados por delatores, não têm interesse processual para questionar cláusulas de acordos de delação. Ora, em verdade se aproveitaram da falta de previsões legais concretas e firmaram um acordo de delação desproporcional que podemos chamar de: acordo de delação das mãos livres e bolsos cheios.
   
E a multinha imposta aos Batistas (de R$ 110 milhões) foi outro prêmio fabuloso, que poderá ser paga em 10 anos a partir de 2018. Ora, só o APARTAMENTO deles em Ney York foi comprado A VISTA por U$ 35 milhões (R$ 115 milhões de reais).

Claro que colegiado do STF não terá peito para cancelar toda essa armação, toda essa trama sórdida que tanto beneficiou os mafiosos da JBS.

Se o STF fosse um tribunal de justiça-justa, o bando da JBS iria pagar pelos crimes na cadeia e seus bens seriam confiscandos para garantir os desfalques continuados aplicados no país.

É certo que Temer prevaricou ao ouvir as confidências de um bandido e não fez nada, mas prevaricaram em maior grau de comprometimento as autoridades (Janot e Fachin) que também ouviram o bandido confessar tudo e ainda o perdoaram e o premiaram.

O governo Temer sofreu um abalo, mas não tombará em função dessa armação, porque o povo já percebeu que incertos mesmo serão os próximos meses em que as forças ocultas e muito traiçoeiras conspiram de todas as formas para que nada dê certo no Brasil. E quem pagará caro por tantas incertezas e desatinos? Nós, contribuintes.

Eu acredito sinceramente que tudo isso poderá mudar de repente e haverá de mudar de fato. Basta que surjam por aí novas revelações que possam comprometer certas autoridades do STF envolvidas na trama, quando então o próprio ministro Fachin se verá compelido a anular todos os benefícios que ele mesmo concedeu aos seus amigos da JBS. Aguardemos o que virá em breve!! 



Ruy Câmara.































https://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2017/05/carniceiros-justica-injusta-e.html

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