quinta-feira, março 03, 2022

AS SANÇÕES DE BIDEN x O SILÊNCIO DE PUTIN


O tão esperado pronunciamento de Biden na noite de ontem (02/03/2022) sobre o conflito na Ucrânia, não passou de um embuste discursivo malogrado.

Quem esperava que Biden apontasse um caminho para amenizar a crise que ele próprio criou ao provocar a Rússia, com certeza está confuso e inseguro quanto os desdobramentos desse conflito e mais ainda quanto as suas consequências para o mundo.

Biden passou uns 10 minutos falando garbosamente sobre o boicote econômico que ele próprio coordena para arruinar a Rússia; criticou duramente as ações militares de Putin em defesa das fronteiras russas; disse que não enviará tropas para combater os russos na Ucrânia (onde seu filho tem negócios bilionários) e tomou 1 hora da sua amestrada audiência, enaltecendo o seu próprio governo.

Após falar sobre vacinas, covid, emprego, leis, infraestrutura e outros assuntos de política interna americana, prometeu aos americanos o mesmo que Putin já havia prometido ao povo russo: rever o sistema de imigração e de proteção das fronteiras do seu país.

Com a popularidade rente ao chão, até mesmo entre aqueles que o apoiaram nas últimas eleições, Biden insinuou que pode defender as fronteiras dos EUA, mas Putin não pode defender as fronteiras da Rússia.

Ora, só um líder incapaz e completamente inconsequente acredita que tudo é válido para recuperar uma parte da sua popularidade perdida, inclusive patrocinando a colocação pela OTAN de ogivas nucleares na Ucrânia para desmoralizar o seu desafeto russo.

Pelo que sabemos, a Ucrânia é estrategicamente importante nos planos de expansão bélicos dos EUA, bem como nos planos de defesa da Europa, por isso vem sendo manipulada e usada como um cavalo de batalha pachorrento, para que a OTAN expanda o seu poder beligerante e garanta a supremacia e o triunfo dos EUA sobre a Rússia.

Pela repercussão que deram ao seu discurso, podemos inferir que, mais infame e virulenta do que as provocações de Biden contra uma superpotência nuclear que possui um arsenal bélico capaz de destruir o planeta em poucas horas, é essa batalha midiática que os líderes fracos do Ocidente patrocinam para convencer o mundo de que agem em nome da paz e da autonomia de uma nação que implora e se ajoelha para ser usada pela OTAN como base de ogivas nucleares apontadas para a Rússia.


Diante da escalada midiática que inflama os ódios entre líderes que não se entendem e que exalta o ideário monolítico da guerra, não haverá vencedores nem vencidos, e o resultado desses desatinos e inconsequência poderão ser, a ruína ética das Nações ditas civilizadas e a decadência da moral e total da civilização universal.

O bom-senso nos autoriza a admitir que toda guerra é e será sempre um caos sem providências divinas, e que os interesses obscuros de Nações que se pretendem imaculadas por serem fortemente armadas, não podem ser justificados e nem compreendidos com falsos moralismos democráticos ou ingenuidades nacionalistas.

O estopim incendiário que Biden recolocou na Ucrânia para enfraquecer a Rússia, pode ser tão desastroso para o mundo quanto o estopim que o império austro-húngaro colocou em Saraivo de 1914 (início da 1ª Guerra Mundial) ou tão insano quanto o estopim que a Alemanha acendeu na Polônia em 1939 (início da 2ª Guerra Mundial).

Nesses tempos confusos, o silêncio de Putin pode não ter significado algum para os seus adversários americanos e europeus; pode não impactar nas suas sanções e decisões; pode não tem repercussão alguma no mundo das mídias venais, mas é precisamente o SILÊNCIO, apenas SILÊNCIO, o que de fato poderá restar deste mundo, tão logo as digitais de uma falange tão gélida quanto o gelo siberiano, tenham sido reconhecidas pelos dispositivos nucleares.

Ruy Câmara