sábado, setembro 11, 2021

QUEM SÃO OS TRAPACEIROS DA DEMOCRACIA?


Ao longo da nossa história, não há registro de nenhuma manifestação nacional de apoio a um Presidente da República, do porte das manifestações democráticas que ocorreram em todo o território nacional no dia 7 de setembro.

Mas, apesar das multidões gigantescas que ocuparam as ruas do Brasil trajando verde e amarelo ( em defesa da liberdade, da democracia e em repúdio à ditadura de toga) os grandes telejornais que defendem inquéritos ilegais e prisões arbitrárias, cuidaram cinicamente de desmerecer a grandeza dos eventos, chegando ao cúmulo de afirmarem que as pautas dos apoiadores de Bolsonaro são antidemocráticas e que ameaçam a democracia, em claro desrespeito aos anseios de milhões e milhões de brasileiros que se levantaram contra a tirania e opressão.

Vi com repúdio e asco diversos comentaristas do telejornais e políticos corruptos, caluniando e acusando o Presidente de haver cometido crimes durante seus discursos, afirmando inclusive que sua popularidade está em baixa. Ora, essa gente certamente não estava sóbria nos festejos da independência ou não quer admitir que, se todos os políticos do Brasil se juntassem, não conseguiriam reunir 10% dos brasileiros que Bolsonaro reuniu no dia 7.

Na tarde de ontem (8/9) Luiz Fux afirmou (sem ter votos que o legitimem para tanto arrogo) que ameaças à autoridade da corte ou o desprezo por decisões judiciais configuram crime de responsabilidade. Poderia ter dito que comete crime de responsabilidade e de abuso de autoridade o juiz de uma corte que insulta e afronta a autoridade máxima do país ou que pauta suas decisões completamente fora dos limites constitucionais.

Fux poderia reconhecer que, para a imensa maioria de brasileiros o STF é uma vergonha nacional, não só porque proibiu o TCU de examinar denúncias de mordomias concedidas pela Itaipu a um ministro; nem porque proibiu a investigação contra outros que são acusados por supostas vendas de sentenças; tampouco porque sepultou a Lava Jato em Brasília após haver decidido que o lugar dela era no Paraná; muito menos por ter mantido os direitos políticos de Dilma após o impeachment ou por ter livrado o bandido Lula da cadeia e anulado parte dos seus crimes; mas porque perde o respeito da sociedade a cada vez que exorbita fora das 4 linhas da Constituição, pois não há lei no país que embase um ministro a determinar o que é fake News ou o que é ou não científico.

Por esses e outros motivos a imensa maioria de brasileiros foi e irá novamente às ruas com a convicção de que as injustiças de um togado contra os cidadãos devem ser enfrentadas e corrigidas imediatamente, seja por iniciativa do próprio STF; seja por desobediência dos demais poderes da República ou mesmo por iniciativa de quem tem verdadeiramente o poder: o povo.

Sabemos nós que uma decisão monocrática não pode ser confundida com uma decisão colegiada. Portanto, quando um ministro decide isoladamente uma questão fora dos limites constitucionais, sua decisão não pode ser chancelada pela instituição ou atribuída ao pleno. Para corrigir possíveis distorções, as turmas do STF são compostas por números ímpares de ministros, para permitir o contraditório ou a reforma da decisão equivocada.

Quando Bolsonaro critica o Alexandre de Moraes por seus atos arbitrários e antidemocráticos, a imprensa raivosa noticia como ataques às instituições democráticas, assim mesmo, no plural. Mas, quais são mesmo essas instituições democráticas? Que se saiba, nem o STF em sua totalidade é o alvo das críticas, mas apenas um ou dois ministros que são criticados internamente pelos próprios colegas, pelo quase totalidade do povo e também por uma plêiade de notáveis e respeitáveis juristas.

Queiram ou não seus inimigos, Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil com mais de 58 milhões de votos, portanto, tem legitimidade para governar e conta com o apoio irrestrito da imensa maioria de brasileiros que nele acredita e tem convicção que ele não luta pelo monopólio do poder, e sim em defesa da democracia e das liberdades de uma Nação que se quer livre.

Quem de fato luta pelo poder são os tiranos de toga que atuam como repressores e opressores, esses que, tendo sido nomeados por um mandatário corrupto e não eleitos, se presumem supremos e acima de tudo e de todos, inclusive de nós, POVO.

A história é pródiga em narrativas trágicas envolvendo regimes ditatoriais. Nesses regimes a coisa deve parecer democrática e livre de preconceitos de toda ordem, mas o objetivo é manter o Estado e seu povo sob rígido controle social, afinal, o controle social (da imprensa e dos indivíduos) tem sido a ferramenta de repressão mais eficiente nos regimes totalitários.

Mas, a imprensa brasileira não dá um pio sobre o controle social que está em curso, e claro está que o grande projeto dos trapaceiros da democracia, em conluio com a mídia venal e revanchista, é eliminar as garantias individuais, a liberdade de expressão e de imprensa e implantar outras no Brasil maléficas iniciativas.

Ignora a imprensa que a pior ditadura é a de toga, não só porque tem o poder de manobrar uma polícia política capaz de esmagar sem piedade qualquer força de oposição, mas porque, debaixo desse tipo de tirania, todos são traidores, todos são suspeitos e todos passam a sofrer de uma desconfiança patológica em relação e tudo e a todos. Isso ocorre porque mentalidade tirânica é orientada para praticar justamente o contrário do que prega, invertendo na prática o que se toma por democracia, liberdade, tolerância e justiça.

Golpe sujo e de extrema leviandade é acusar alguém de fazer exatamente o contrário do que faz ou de estar incorrendo em um tipo de crime que o próprio acusador incorre de forma reiterada e impune.

Sabe disso muito bem a pajelança do STF, tanto que, apesar das diferenças insuperáveis entre uns e outros, decidiram juntos validar certos atos inconstitucionais e certas transgressões antidemocráticas, simplesmente aumentando a fumaça que evola-se da fornalha incendiária da Constituição, e ainda culpam o Presidente pelo que eles próprios estão fazendo fora da 4 linhas da Constituição.

Ruy Câmara