quinta-feira, novembro 25, 2010

MEU AMIGO PAULO FRANCIS

ENSAIOS

Segunda-feira, 13/10/2008
Meu amigo Paulo Francis
Lúcia Guimarães
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Ele morreu na manhã do dia 4 de fevereiro de 1997, horas depois de exibir sintomas óbvios de infarto. Freqüentava um médico barato na capital americana da medicina. Caiu em casa, a um quarteirão de onde trabalhávamos da produção do Manhattan Connection.

Lembro daquela manhã em câmera lenta ― incredulidade misturada a gestos práticos, como manter segredo sobre o número do apartamento onde sua mulher Sonia Nolasco aguardava em choque a chegada do rabecão em companhia de Lucas Mendes. Um repórter ligou para a minha casa e tentou enganar minha filha para obter a informação.

Onze anos depois, ao passar pelo Brasil para comemorar os 15 anos do programa que existe graças, em parte, à estrela do Francis, sinto um certo descompasso entre o jornalista que se tornou meu amigo ao longo de anos de convívio diário e um fenômeno que, se não inventamos, emerge entre nós com uma freqüência triste. É a necrofilia de canivete suíço ― a memória dos mortos apropriada por sua múltipla utilidade. O Francis é um defunto conveniente, por mais de um motivo.

Sua coragem intelectual era baseada em décadas de experiência e pensamento crítico. Ele era produto de um Brasil hoje difícil de imaginar ― mais exatamente um Rio de Janeiro gentil e cosmopolita, onde o humor, a Bossa Nova, os escritores e a paisagem compunham um tableau irresistível. Depois de 23 anos de exílio voluntário, um dos meus prazeres secretos é ouvir a música do português falado por cariocas letrados com mais de 60 anos. Nenhum gerúndio idiota, o ritmo ondulante, os erres e esses macios mas não massacrados pelo surfês.

O ex-trotskista que, antes de morrer, tomou ódio de Fernando Henrique Cardoso numa guinada para a direita que, no final, parecia mais operática do que analítica, enfrentaria uma cobrança pós-11 de setembro. Como seria a coluna do Francis no quinto aniversário da brancaleônica invasão do Iraque? Como ele reagiria à ignorância analfabeta de George W.? Sofreria de cegueira ideológica ou, como seu recém falecido objeto de admiração e porta-voz conservador William Buckley Jr, escreveria sobre a estupidez criminosa que marcou a invasão?

Por pertencer a uma geração menos exposta ao comercialismo crasso travestido de maturidade empresarial, Francis foi poupado de rapazes imberbes com MBA's. Ele se consolidou como comentarista de TV numa época em que o então diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando Nogueira, cujo crédito pela manutenção do comentarista no ar não é devidamente atribuído, o protegia da ira de seus inimigos com acesso a Roberto Marinho.

Fazemos um desfavor ao Francis quando o consideramos em termos absolutos e projetamos nele a carência por um pater famílias editorial. Toda a reação por e-mail à morte do Francis dirigida ao Manhattan Connection bateu primeiro no meu computador. Só o 11 de setembro entupiu mais a minha caixa de correio eletrônico. O volume era de tal ordem que concluí serem os missivistas não apenas espectadores ou leitores com preocupações sobre o fim da guerra fria ou um eventual impeachment de Bill Clinton. Inúmeras cartas expressavam um sentimento de orfandade, até entre pessoas que discordariam da maioria das opiniões políticas emitidas em suas colunas. É natural que a televisão desperte este tipo de reação. O clichê do desconhecido que se torna uma figura familiar por entrar na sua sala de visitas pode ser facilmente aplicado aqui.

Mas, no caso do Francis, o luto antecipava a realidade. Afinal, depois que ele nos deixou, o colunismo se tornou epidêmico na imprensa onde o modelo de negócio fez encolher os jornais e a opinião custa mais barato do que a reportagem.

A originalidade representada pelo Francis ― um intelectual que engaja o leitor mesmo quando expressa opiniões difíceis de sustentar ― foi substituída pelo que um observador brilhante definiu como o novo colunista: uma atitude em busca de oportunidade. Ou, como disse o editor Paulo Roberto Pires, ao evocar outras tradições da polêmica brasileira, o dardo que se promove à custa do alvo.

Francis era capaz de fazer generalizações truculentas sobre seus inimigos ideológicos ou estéticos. Não devemos esquecer que ele era um esteta e um iconoclasta. Podia irromper numa ária em meio a uma discussão sobre a queda da bolsa ou derreter-se ao descrever uma pintura de Pierre Bonnard. Ele era independente o bastante para voltar atrás e não transformava seu eventual extremismo num pacote marquetável. Eu o vi ser cordial e até carinhoso com pessoas que teria destruído por escrito.

"Ele era um conservacionista, não um simples conservador," corrige Sérgio Augusto, o jornalista cultural e colaborador do Estado de São Paulo. "Fui apresentado a ele pelo José Lino Grünewald, em meados dos anos 60 em frente ao cinema Vitória, na Rua Senador Dantas, um dos movie palaces do Rio de Janeiro", lembra o jornalista, que recebeu de Millôr Fernandes o merecido apelido de Sérgio Augoogle. "West Side Story foi lançado naquele cinema." Sérgio destaca a generosidade do Francis a quem deve dois empurrões que marcaram sua carreira ― os empregos no finado Pasquim e na Folha de São Paulo, de onde saiu, em 1996. Na ocasião, Francis lamentou a perda de Sérgio Augusto com uma frase que cada vez mais serve como mantra: acabou o asfalto.

Sérgio argumenta que o ex-colega defendia os cânones e seu amor à arte aplacava as incongruências políticas. E nota a ironia ― um dos mais famosos jornalistas da história da imprensa brasileira não era um estilista.

Várias vezes eu o testemunhei perplexa ditando o texto por telefone sem hesitação, seu leitor mal sabia que fazia o papel do psicanalista silencioso diante daquela copiosa associação livre. "Francis dizia que escrevia em alemão mal traduzido", conta Sérgio Augusto, divertindo-se com memórias de seu notório desprezo por checar fatos. "Quando a Ava Gardner morreu, Francis escreveu que ela havia se casado com um baterista débil mental. Ele confundiu Artie Shaw, o marido com o Gene Kruppa. Shaw era tão culto que a Ava se sentia obrigada a ler para acompanhá-lo."

Sei que o Francis vai ser lembrado por doses de misoginia. Mas, como trabalhei com ele todas as manhãs, de 1985 a 1990, no antigo escritório da Globo na Terceira Avenida, há que jogar luz sobre as outras faces. Conheci o colega mais velho que me puxou de lado, nos meus 28 anos, e fez um diagnóstico solidário dos desafios no casamento, na maternidade e na profissão que poucas amigas feministas teriam articulado então. Ele exibia um prazer genuíno e não angústia de castração ao ser apresentado a uma mulher inteligente. Adorava humor traquinas. Tinha uma dificuldade lendária de enfrentar manhãs e, como chegava ao escritório entre nove e meia e dez horas, acabava de acordar na pequena redação. Ao vê-lo entrar no escritório com um restinho de pasta de dentes no canto da boca e um ar ainda confuso, perguntando "O que está acontecendo?", eu o divertia com a provocação: a sua pergunta se refere ao mundo ou à minha vida sexual? "Primeiro a sua vida sexual, é claro!", ele exclamava.
Por que passamos tanto tempo falando de Paulo Francis, independente de termos desfrutado de sua companhia ou acompanhado sua trajetória com atenção?

A celebridade se tornou a perversa referência moral, existencial e política. Francis tinha se tornado personagem, como lembra Sérgio Augusto, ao citar o episódio do espectador que assistia ao Jornal da Globo num monitor da estação de trens e exclamou: "Este Chico Anysio é muito engraçado!" Mas havia substância por trás da fama.

Hoje Oprah Winfrey investe-se de autoridade para, ao mesmo tempo, combater a pobreza na África do Sul, discutir sexo entre adolescentes e encenar a humilhação pública nacional de um memorialista best-seller que fabricou fatos. Vivemos num lodaçal de platitudes servidas a consumidores da auto-ajuda.

Paulo Francis era um brasileiro germânico que jamais faltava ao trabalho, gravava seus segmentos quantas vezes fosse necessário. Tinha uma visão meritocrática e francamente elitista do mundo, enquanto mastigava um sanduíche letal em conversa animada com o motorista da Globo. Esta visão era mais generosa do que o pseudo-igualitarismo que grassa em tantos pastos da mídia contemporânea. O que diria Paulo Francis de tantos blogs, com fotos de gatinhos de estimação e recordações de viagens entediantes?

O populismo conservador, imagino, teria sido indigesto para o "Francês", como o chamava Paschoal Carlos Magno, responsável pelo apelido que nos poupou de enrolar a língua com o longo Franz Paul Trannim da Matta Heilborn.

Ao abrir o New York Times, numa manhã fria de março, e descobrir que Rupert Murdoch decidiu desfigurar a tradicional primeira página de um de seus diários favoritos, o Wall Street Journal, Francis teria se apegado como um oportunista ao conservadorismo de Murdoch? Ou teria esbravejado contra mais uma referência cultural destruída?

O mundo, segundo Rupert Murdoch, de programas como American Idol e America's Most Wanted seria tóxico para a constituição de Paulo Francis que proclamava, no ar, ao assistir a variados segmentos de cultura popular: "Estou tecnicamente morto!" Era seu grito de guerra, ou melhor, de frustração com a mediocridade, hoje fartamente representada pelo anti-intelectualismo conservador.

Paulo Francis não deixou herdeiros, e a idéia de que qualquer pessoa o substituiria, seja na reunião de condomínio ou em qualquer mídia, o faria explodir em palavrões. Ele era ciumento, zeloso do lugar que conquistara com sua história e não com sinergias. "Assim como Glauber Rocha deixou filhos bastardos, Francis deixou apenas imitadores", conclui Sérgio Augusto. "A 'esquerda cuecona'", a expressão é de sua lavra, "é tão burra que não é difícil demarcar seu território no outro extremo ideológico. Você já sabe o que estas pessoas vão escrever, ao contrário do Francis, que continuava a nos surpreender."

Desconfio que a memória do amigo saudoso, capaz de fazer uma imitação impagável do baiano malemolente, seria beneficiada por umas férias no litoral, longe da multidão insensata.

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pela autora. Originalmente publicado na revista S.A.X., em abril de 2008. Leia também Especial "Paulo Francis".


Lúcia Guimarães
Nova York, 13/10/2008

terça-feira, novembro 23, 2010

A GIRAFA NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS

A GIRAFA NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS

Artigo de Gil Castello Branco



É conhecida a história do auditor que encontrou uma girafa pastando nos jardins do Palácio do Itamaraty. De imediato, solicitou explicações ao Ministério das Relações Exteriores, mas quando lhe mostraram que o animal havia sido adquirido em uma licitação, pelo menor preço, o assunto foi encerrado.

A piada ilustra a preocupação dos órgãos de controle com a legalidade - o que é essencial - e o desprezo da análise quanto à necessidade e à prioridade do gasto público.

Na realidade, existem diversas girafas nos gastos públicos. A bicharada começa a aparecer quando o Orçamento Geral da União (OGU) é aprovado no Congresso Nacional, contendo valor expressivo não detalhado para estados e municípios. 

Como os ministérios são - há muitos governos - loteados entre os partidos políticos, alguns ministros de plantão costumam utilizar esses recursos das chamadas "transferências voluntárias", de forma discricionária, possivelmente atendendo interesses partidários e até pessoais.

No Ministério da Integração Nacional, por exemplo, auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que, em 2008 e 2009, os municípios baianos ficaram com 65% dos R$ 175,3 milhões desembolsados pelo programa de prevenção e preparação para emergências e desastres.

Segundo o tribunal, houve uma "forte tendência de concentração de recursos nos municípios do estado da Bahia", terra natal do ex-ministro e candidato derrotado em 2010 ao governo local, Geddel Vieira Lima. O ministério justificou a preferência alegando que a Bahia apresentou maior demanda, o que nos leva a concluir que projetos de prevenção de desastres são como o acarajé e o vatapá, que os baianos fazem como ninguém.

No Ministério da Justiça, não foi muito diferente. Em 2009, as prefeituras do Rio Grande do Sul receberam metade dos R$ 11,9 milhões do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) transferidos aos municípios - a chamada modalidade 40, no linguajar burocrático. 

As cidades de Canoas, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul e Novo Hamburgo conquistaram, juntas, R$ 5,9 milhões. Vale recordar que no ano passado, o ministério era comandado pelo gaúcho Tarso Genro, recém-eleito governador. Já nas transferências para os estados - modalidade 30 para os técnicos - o Rio Grande do Sul só perdeu para o Rio de Janeiro.

No Ministério do Esporte, outra enorme curiosidade. Em 2009, nos valores repassados aos municípios, a cidade mais favorecida (com R$ 10 milhões) foi a de Campinas, em São Paulo. 

O secretário de Esportes e Lazer da cidade paulista, à época, era Gustavo Petta, cunhado do ministro do Esporte. Os recursos injetados no município não foram suficientes para eleger o ex-secretário ao cargo de deputado federal pelo PCdoB, casualmente o mesmo partido do ministro Orlando Silva.

A distribuição de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) envolve, também, significativo número de pessoas coincidentemente ligadas a um mesmo partido político. Na ação de "orientação profissional e intermediação de mão-de-obra", a Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social do Paraná liderou os valores enviados pelo Ministério do Trabalho e Emprego aos estados. 

A ONG favorita nesta mesma ação foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, presidida por um vereador de Curitiba, integrado à campanha do candidato do PDT, Osmar Dias, ao governo estadual. Por acaso, à frente do Ministério do Trabalho, ao qual estão vinculados os recursos do FAT, está Carlos Lupi, ex-presidente do PDT. Os repasses ao Paraná são curiosos visto que o índice de desemprego no estado, no ano anterior, foi um dos menores entre todas as unidades da federação.

Para dizer o óbvio, as verbas de prevenção deveriam ser canalizadas para as áreas de risco, as de segurança pública para as cidades e estados onde a violência é maior, as do esporte para os locais onde não existam equipamentos públicos e onde a integração social seja mais necessária. No entanto, o discernimento passa ao largo.

A bem da verdade, essa prática acontece há muitos anos, há vários governos, com a tolerância do Congresso Nacional, do Ministério Público e dos órgãos de controle, preocupados, apenas, com a legalidade.

No início de um novo governo e de uma nova legislatura, espera-se que sejam discutidos critérios técnicos para as transferências voluntárias, de forma a eliminar a politização dos recursos públicos. Do contrário, a girafa - desde que legal - continuará a pastar na Esplanada dos Ministérios.

Artigo de Gil Castello Branco

Economista e fundador da Organização não governamental 
Contas Abertas
Fonte: O Globo
  

UM EXPERIMENTO SOCIALISTA NA PRÁTICA


UM EXPERIMENTO SOCIALISTA NA PRÁTICA

Um professor de economia na Universidade do Texas, Dr. Tech, disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira. Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: “ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo.”

O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas." Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe e, portanto, seriam 'justas. 'Quis dizer com isso que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".

As notas não voltaram aos patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e o senso de injustiça passou a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa. O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível dos participantes.

Concluiu dizendo:
"Quando a recompensa é grande, o esforço pelo sucesso deve ser maior ainda, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina os méritos de quem trabalha e tira dinheiro de quem produz para dar a quem não se esforça ou se recusa a produzir, então o fracasso é inevitável."

Há quem afirme que o professor recorreu ao discurso a seguir:

"VOCÊ NÃO PODE MULTIPLICAR A RIQUEZA, DIVIDINDO-A".

Esta citação aparece com freqüência na Internet e é muitas vezes atribuída ao Dr. Adrian Rogers, com uma data incorreta de 1931. De fato, a citação é parte de um longo sermão do Dr. Rogers, de 1984 e faz parte de um texto nominado: Caminho de Deus para a Saúde, Riqueza e Sabedoria. Mas também aparece em 1996 no texto: Dez segredos para uma família bem sucedida, onde ele se queixa de que "em geral muitos jovens não sabem a importância ou o valor do trabalho honesto".


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a  outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra
metade entende  que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1984.

 "


"VOCÊ NÃO PODE MULTIPLICAR A RIQUEZA, DIVIDINDO-A".

"VOCÊ NÃO PODE MULTIPLICAR A RIQUEZA, DIVIDINDO-A".

Esta citação aparece com freqüência na Internet e é muitas vezes atribuída ao Dr. Adrian Rogers, com uma data incorreta de 1931. De fato, a citação é parte de um longo sermão do Dr. Rogers, de 1984 e faz parte de um texto nominado: Caminho de Deus para a Saúde, Riqueza e Sabedoria. Mas também aparece em 1996 no texto: Dez segredos para uma família bem sucedida, onde ele se queixa de que "em geral muitos jovens não sabem a importância ou o valor do trabalho honesto".


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a  outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende  que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1984.


segunda-feira, novembro 01, 2010

AS PROMESSAS E MAIS PROMESSAS DE DILMA



2011 chega ao fim a mais um ano de promessas, mentiras e muita corrupção vazou pelo tonel furado do tempo brasileiro. 



O primeiro ano do governo Dilma-Lula termina na mesma sofreguidão em que se iniciou em janeiro: sem conseguir apresentar ao eleitor-contribuinte as grandes obras prometidas durante a mega-campanha eleitoral de 2010 em que o PT torrou mais de R$ 400 milhões de Reais do dinheiro nosso.


E pior, o governo Dilma começará 2012 afundado num emaranhado de relações promíscuas envolvendo ministros e autoridades corruptas que continuam gerindo importantes pastas no governo, o que levará o governo a fazer uma mudança profunda no corpo ministerial, atrasando mais ainda o que já estava parado por problemas de gestão. 

Ora, para cumprir o cronograma das promessas, Dilma deveria estar entregando neste fim de ano ao povo, pelo menos 3.288 quadras esportivas em escolas; 1.695 creches; 723 postos de policiamento comunitário; 2.174 Unidades Básicas de Saúde e 125 Unidades de Pronto Atendimento, além de centenas de milhares de moradias subsidiadas para a população de baixa renda.

Dilma foi eleita prometendo construir 2 milhões de casas até 2014. Isso implicar entregar agora pelo menos 500 mil casas, sem contar com as 800 mil  que Lula havia prometido em 2010 e esqueceu o que dissera. 

Dilma prometeu construir 500 UPAs até 2014, mesmo sabendo que as tais UPAs teriam de disputar orçamento com as outras 500 que Lula prometera entregar até 2010. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 91 UPAs foram entregues no ano passado, ou seja, Dilma está devendo ao povo 909 UPAs. 

O programa Minha Casa Minha Vida, um dos carros-chefes da campanha eleitoral de Dilma, é um desastre em matéria de cumprimento da palavra empenhada. Dos R$ 12,7 bilhões reservados para esse programa no Orçamento de 2011, apenas 0,05% (R$ 6,8 milhões) foram desembolsados até agora. 

O governo Dilma conseguiu obter recordes de arrecadação em 2011, mas até agora só conseguiu honrar a metade das faturas deixadas pelo BUFÃO LULA e ainda deixará uma dívida de R$ 16,4 bilhões em restos a pagar em 2012. No total, o Brasil deve mais de 1,78 trilhão de Reais. 

Dilma, conhecida como a "mãe do PAC" - um Programa criado pelos marketeiros com objetivos eleitoreiros, enfrenta agora, na pele e nos sentidos, a herança maldita deixada por seu antecessor. São despesas tão elevadas que, financeiramente, impedem o governo Dilma de pelo menos iniciar as obras que havia anunciado como prioritárias durante a campanha eleitoral e que constam do Orçamento de 2011.

A pergunta é: por que Dilma esconde da massa eleitoral que recebeu uma herança maldita que a impede de governar como gostaria? LULA ainda governa ou é Dilma quem governa sob o patronato e liderança de LULA? 

Mas, independentemente de quem governa o Brasil com conversa fiada, o povo brasileiro tem o dever de cobrar de Dilma o cumprimento das 190 promessas que ela fez na TV para ganhar os votos dos eleitores. Eis a lista.
Confiram. 


____________


SAÚDE

1. Melhorar todo o sistema de saúde.

2. Fazer 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas.

3. Construir 8.600 unidades básicas de saúde (UBSs) em todo o país.

4. Universalizar o SUS, garantindo mais recursos para o programa, e ampliar o número de profissionais.

5. Implantar o cartão do SUS, com o registro do histórico dos atendimentos.

6. Ampliar o Saúde da Família.

7. Ampliar as Farmácias Populares.

8. Ampliar o Brasil Sorridente.

9. Ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

10. Valorizar práticas preventivas.

11. Garantir atendimento básico, ambulatorial e hospitalar altamente resolutivo em todos os estados.

12. Melhorar a gestão dos recursos.

13. Distribuir gratuitamente remédios para hipertensão e diabetes. Usar o programa Aqui tem Farmácia Popular.

14. Implantar a rede de prevenção de câncer em todo o país.

15. Ampliar a rede de atendimento para gestantes e crianças de até um ano. Criar clínicas especializadas, maternidades de alto e baixo riscos, UTIs neonatais e ambulâncias do Samu com mini-UTI para bebês, articulando essa rede ao Samu-Cegonha.

16. Articular uma rede integrada pública e privada, custeada pelo SUS, para tratar dependentes de crack. O SUS deverá dar acompanhamento psicossocial após a internação.

17. Dar atenção aos programas de saúde mental, especialmente tratamento de alcoolismo e dependência de drogas.

18. Acabar com as filas para exames e atendimentos especializados.

19. Criar cursos de capacitação para quem atende à população.

20. Ter autossuficiência científica na produção de fármacos.

21. Ampliar a fabricação de genéricos.

PROGRAMAS SOCIAIS E INCLUSÃO


22. Erradicar a miséria e conduzir todos os brasileiros ao padrão da classe média, melhorando a vida de 21,5 milhões de pessoas que ainda vivem na pobreza absoluta. Não foi fixado prazo.

23. Continuar reduzindo as desigualdades.

24. Ampliar programas, em especial o Bolsa Família, e implantar novos.

25. Ampliar o Bolsa Família para famílias sem filhos.

26. Ampliar as iniciativas de promoção de igualdade de direitos e oportunidades para mulheres, negros, populações indígenas, idosos e setores discriminados.

27. Lutar pela inserção plena de portadores de deficiências.

EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO

28. Aumentar para 7% do PIB os investimentos públicos em educação.

29. Erradicar o analfabetismo.

30. Dar prioridade à qualidade da educação.

31. Construir seis mil creches e pré-escolas.

32. Dar bolsa de estudos e apoio para que os alunos não abandonem a escola.

33. Dar especial atenção à formação continuada de professores para o ensino fundamental e médio.

34. Possibilitar que os professores tenham, ao menos, curso universitário e remuneração condizente com sua importância.

35. Manter um piso salarial nacional para professores.

36. Equipar as escolas com banda larga gratuita.


37. Construir mais escolas federais.

38. Proteger as crianças e os jovens da violência, do assédio das drogas e da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.

39. Construir escolas técnicas em municípios com mais de 50 mil habitantes ou que sejam polos de regiões.

40. Criar o ProMédio, programa de bolsa de estudo em instituições de ensino médio técnico, nos moldes do Universidade para Todos (ProUni).

41. Criar vagas em escolas privadas também por meio de financiamento com prazos longos e juros baixos. Se o aluno formado prestar serviço civil, terá desconto grande, chegando a 100% se for técnico de saúde.

42. Garantir a qualificação do ensino universitário, com ênfase na pós-graduação.

43. Expandir e interiorizar as universidades federais.

44. Ampliar o ProUni.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

45. Fazer a inclusão digital, com banda larga em todo o país.

46. Transformar o Brasil em potência científica e tecnológica.

47. Dar ênfase à formação de engenheiros.

48. Expandir recursos para pesquisa e ampliar as bolsas Capes e CNPq.

49. Ampliar o registro de patentes.

50. Privilegiar as pesquisas em biotecnologia; nanotecnologia; robótica; novos materiais; tecnologia da informação e da comunicação; saúde e produção de fármacos; biocombustíveis e energias renováveis; agricultura; biodiversidade; Amazônia e semiárido; área nuclear; área espacial; recursos do mar; e defesa.

ESPORTE E LAZER

51. Construir seis mil quadras poliesportivas em escolas públicas com mais de 500 alunos.

52. Cobrir quatro mil quadras existentes.

53. Investir na formação de atletas até 2014.

54. Construir 800 complexos esportivos, culturais e de lazer, em todos os lugares do país.

55. Ampliar o Bolsa Atleta e valorizar o profissional de educação física.

56. Criar o Sistema Nacional de Incentivo ao Esporte e ao Lazer.

COPA E OLIMPÍADAS

57. Fazer dos dois eventos um instrumento de inclusão social de crianças e jovens.

58. Qualificar jovens e adultos para atender às demandas criadas pela Copa do Mundo de 2014.

HABITAÇÃO

59. Vencer o déficit habitacional nesta década.

60. Contratar de início a construção de mais 2 milhões de moradias no programa Minha Casa, Minha Vida.

61. Incluir eletrodomésticos e móveis na segunda fase do Minha Casa, Minha Vida.

62. Continuar a democratizar o acesso à terra urbana e a regularizar propriedades nos termos da lei.

63. Criar uma diretoria ou superintendência na Caixa Econômica Federal para investir em habitação rural.

URBANIZAÇÃO

64. Investir na prevenção de enchentes no país.

65. Gastar R$ 11 bilhões em drenagem e proteção de encostas, para combater problema da ocupação em áreas de risco.

66. Universalizar o saneamento.

67. Investir R$ 34 bilhões em obras de abastecimento de água e saneamento básico.

68. Empenhar-se para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas da população.

SEGURANÇA E DEFESA

69. Construir 2.883 postos de polícia comunitária.

70. Fazer novo modelo de segurança inspirada nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio.

71. Continuar e ampliar o Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci), a Bolsa-formação e o Territórios da Paz.

72. Estimular políticas de segurança integradas entre estados, municípios e União.

73. Incrementar investimentos em infraestrutura nas áreas com maior índice de violência.

74. Fazer uma reforma radical no sistema penitenciário e mudar as leis processuais penais.

75. Reequipar as Forças Armadas e fortalecer o Ministério da Defesa.

76. Fortalecer a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança Pública.

77. Dar mais capacitação federal nas áreas de fronteira e inteligência.

78. Ampliar o controle das fronteiras para coibir a entrada de armas e de drogas.

79. Comprar 10 veículos aéreos não tripulados produzidos em Israel.

80. Lutar contra o crime organizado, especialmente a lavagem de dinheiro, e o roubo de cargas.

TRANSPORTE E INFRAESTRUTURA

81. Modernizar o transporte público das grandes cidades.

82. Investir R$ 18 bilhões em obras de transporte público.

83. Implantar transporte seguro, barato e eficiente.

84. Ampliar o aeroporto Galeão/Tom Jobim, com a conclusão do terminal 2 e melhorias no terminal 1.

85. Fazer novos aeroportos em Goiânia, Cuiabá e Porto Seguro (BA).

86. Ampliar os aeroportos Afonso Pena (Curitiba) e Guarulhos.

87. Fazer nova pista no aeroporto de Confins (Belo Horizonte).

88. Construir o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN).

89. Fazer o trem de alta velocidade (entre Rio e São Paulo).

90. Expandir e construir metrô nas principais aglomerações urbanas.

91. Ampliar o Trensurb em Porto Alegre.

92. Duplicar as rodovias BR-116 e BR-386, no Rio Grande do Sul.

93. Estender a rodovia BR-110 (RN).

94. Duplicar e melhorar as estradas: Manaus-Porto Velho, Cuiabá-Santarém, BR-060 em Goiás, BR-470 em Santa Catarina, BR-381 em Minas (de BH a Governador Valadares), BR-040 (de BH ao Rio).

95. Concluir a Via Expressa em Salvador.

96. Ampliar e modernizar os portos de Salvador, Vitória, Itaqui (MA), Suape (PE) e Cabedelo (PB).

97. Fazer 51 grandes obras viárias, como novos corredores de transporte, mais metrô e veículos leve sobre trilhos.

98. Eliminar os gargalos que limitam o crescimento econômico, especialmente em transportes e condições de armazenagem.

99. Investir em transporte de carga.

EMPREGO E RENDA

100. Continuar reajustando o salário mínimo acima da inflação.

101. Criar as condições para repetir a criação de 14 milhões a 15 milhões de empregos com carteira assinada.

102. Fazer do Brasil um país de pleno emprego.

103. Manter diálogo com os sindicatos para definir as grandes linhas das políticas trabalhistas.

104. Combater o trabalho infantil e degradante, especialmente as manifestações residuais de trabalho escravo.

105. Dar atenção especial ao acesso de jovens e de pessoas de segmentos mais discriminados ao mercado formal de trabalho.

IMPOSTOS

106. Reduzir a zero os tributos sobre investimentos para aumentar a taxa de crescimento do país.

107. Reduzir os impostos cobrados de empresas de ônibus, com obrigação de repasse do benefício para o preço das passagens.

108. Reduzir os impostos sobre empresas de saneamento para impulsionar mais obras de água e esgoto.

109. Reduzir os tributos sobre energia elétrica.

110. Reduzir os impostos sobre a folha de pagamento das empresas para estimular a geração de mais empregos.

111. Possibilitar a devolução imediata do crédito de ICMS às empresas exportadoras.

112. Incentivar uma reforma para simplificar os tributos, mesmo que seja feita de forma fatiada.

113. Trabalhar para acabar com a guerra fiscal entre os estados.

114. Defender a desoneração da folha de salários. Para não prejudicar o financiamento à Previdência, o Tesouro faria a reposição.

115. Trabalhar para garantir a devolução automática de todos os créditos a que as empresas têm direito. Possibilitar a devolução imediata do crédito de ICMS às empresas exportadoras.

116. Informatizar o sistema de tributos para alargar a base da arrecadação e diminuir a alíquota.

ADMINISTRAÇÃO

117. Combater a corrupção.

118. Ter critérios tanto políticos quanto técnicos para preencher cargos públicos.

119. Concretizar, com o Congresso, as reformas institucionais, como a política e a tributária.

120. Não promover a reforma da Previdência. Mas pode ser feito um "ajuste marginal".

121. Fazer o segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), com mais força nas áreas de habitação, saúde, educação e segurança.

122. Estimular a parceria entre os setores público e privado.

CONTAS PÚBLICAS

123. Não fazer ajuste fiscal (o clássico, com corte indiscriminado de gastos). Mas não abandonar a estabilidade ou o controle de despesas.

124. Fazer uma reforma do Estado para dar mais transparência ao governo e eficácia no combate à corrupção.

125. Elevar a poupança e o investimento público, estimulando também o investimento privado.

MACROECONOMIA E FINANÇAS

126. Manter o controle da inflação.

127. Manter o câmbio flutuante.

128. Trabalhar para reduzir fortemente os juros. Para isso, reduzir a dívida líquida em relação ao PIB para cerca de 30% em 2014.

INDÚSTRIA

129. Agregar valor às riquezas do país e produzir tudo o que pode ser produzido aqui.

130. Expandir a indústria naval.

131. Construir cinco refinarias, uma delas a Abreu e Lima (PE), com tecnologia de ponta.

132. Defender a abertura do capital da Infraero, mantendo controle estatal.

133. Rever o marco regulatório da mineração, para aumentar a arrecadação de royalties.

PEQUENAS EMPRESAS

134. Criar um ministério para pequenas e médias empresas.

135. Fortalecer a política de microcrédito.

136. Ampliar o limite de enquadramento no Super Simples e no Microempreendedor individual.

137. Estimular e favorecer o empreendedorismo, com políticas tributárias, de crédito, ambientais, de suporte tecnológico, de qualificação profissional e de ampliação de mercados.

PETRÓLEO

138. Defender tratamento diferenciado aos estados produtores na distribuição de royalties de petróleo.

139. Usar os recursos do pré-sal em educação, saúde, cultura, combate à pobreza, meio ambiente, ciência e tecnologia.

140. Com os recursos do pré-sal, tornar o Brasil a quinta maior economia do mundo.

141. Não privatizar a Petrobras e o pré-sal.

OUTRAS FONTES DE ENERGIA

142. Fazer uma política com ênfase na produção de energia renovável e na pesquisa de novas fontes limpas. Construir parques eólicos.

143. Desenvolver o potencial hidrelétrico do país.

144. Ampliar a liderança mundial do Brasil na produção de energia limpa.

145. Expandir o etanol na matriz energética brasileira e ampliar a participação do combustível na matriz mundial.

146. Incentivar a produção de biocombustíveis.

MEIO AMBIENTE

147. Reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia.

148. Ter tolerância zero com desmatamento em qualquer bioma.

149. Incentivar o reflorestamento em áreas degradadas.

150. Antecipar o cumprimento da meta de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa em 36% a 39% até 2020.

151. Dar prioridade à economia de baixo carbono, consolidando o modelo de energia renovável.

152. Considerar critérios ambientais nas políticas industrial, fiscal e de crédito.

REFORMA AGRÁRIA E AGRICULTURA

153. Reduzir as invasões no campo.

154. Não compactuar com invasões de prédios públicos e propriedades. Mas não reprimir manifestações de sem terra quando estiverem simplesmente fazendo reivindicações.

155. Intensificar e aprimorar a reforma agrária para dar centralidade na estratégia de desenvolvimento sustentável, com a garantia do cumprimento integral da função social da propriedade.

156. Ampliar o financiamento para o agronegócio e a agricultura familiar.

157. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores. Vai ampliar inclusive o programa de compra direta de alimentos do agricultor familiar, passando de 700 mil para 1,2 milhão de contemplados. Ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial.

158. Incluir dois milhões de famílias de pequeno agricultores e assentados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

159. Dar mais apoio científico e tecnológico a organismos como a Embrapa.

IRRIGAÇÃO

160. Fazer 54 obras para melhorar os indicadores de saúde das comunidades ribeirinhas do Norte.

161. Construir sistemas de irrigação no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste.

162. Continuar a transposição das águas do Rio São Francisco.

FAMÍLIA E RELIGIÃO

163. Não mandar ao Congresso ou sancionar qualquer legislação que impacte a religião, como legalização do aborto e casamento homossexual.


164. Tratar o aborto como questão de saúde pública, atendendo às mulheres que tenham feito aborto e que estão com risco de morte.

165. Sancionar o projeto de lei complementar 122 (que criminaliza a homofobia) apenas nos artigos que não violem a liberdade de crença, de culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais.

166. Fazer da família o foco principal de seu governo.

167. Não promover iniciativas que afrontem a família.

168. Fazer leis e programas que tenham a família como foco.

169. Defender a convivência entre as diferentes religiões.

170. Manter diálogo com as igrejas.

CULTURA

171. Fortalecer o Sistema Nacional de Cultura.

172. Ampliar a produção e o consumo de bens culturais com base na diversidade brasileira.

173. Dar meios e oportunidades à criatividade popular.

174. Ampliar os pontos de cultura e outros equipamentos.

175. Implantar o Vale Cultura.

176. Fortalecer a indústria do audiovisual nacional e regional em articulação com outros países, sobretudo do Sul.

177. Aperfeiçoar os mecanismos de financiamento da cultura.

178. Fortalecer a presença cultural do Brasil no mundo e promover o diálogo com outras culturas.

MÍDIA E LIVRE EXPRESSÃO

179. Não censurar conteúdo e rejeitar qualquer tentativa de controlar a mídia. Dilma disse que não apoia a criação de conselhos estaduais para acompanhar e fiscalizar a mídia. "Eu não concordo com isso. Eu repudio monitoramento de conteúdo editorial. Eu acho que isso não se pode criar no Brasil".

180. Dar garantia irrestrita da liberdade de imprensa, de expressão e de religião.

181. Expandir e fortalecer a democracia política, econômica e social.

182. Fortalecer as redes públicas de comunicação e estimular o uso intensivo da blogosfera.

183. Ampliar o acesso aos meios de informação e comunicação por meio da internet, TV aberta e novas tecnologias.

POLÍTICA EXTERNA

184. Ampliar a presença internacional do Brasil, defendendo a paz, a redução de armamentos e uma ordem econômica e política mais justa.

185. Permanecer fiel aos princípios de não intervenção e direitos humanos.

186. Defender a democratização de organismos multilaterais como a ONU, o FMI e o Banco Mundial.

187. Manter a política de Lula, com diversificação de parceiros comerciais.

188. Manter olhar especial para África.

189. Continuar a integração sul-americana e latino-americana e a cooperação Sul-Sul.

190. Prestar solidariedade aos países pobres e em desenvolvimento.


Dilma Rousseff prometeu ainda erradicar a miséria, o analfabetismo, a reduzir a carga de impostos, e universalizar o SUS, dentre muitas outras que passou despercebido pelo eleitor.