FORTALEZA BELA E A GESTÃO DO PÃO E CIRCO
Desde a sua reeleição, em 2008, a prefeita petista, Luiziane Lins, deixou de pronunciar o fraudulento slogan “FORTALEZA BELA” e também a ridícula e demagógica expressão, MINHA FORTALEZA AMADA. Nem mesmo na imprensa a petista responsável pela administração mais desastrada da história de Fortaleza ousa repetir tais embustes discursivos.
Por que motivo ela abandonou os slogans que a elegeram em 2004 e novamente em 2008¿ Por uma razão substantiva: a prometida FORTALEZA BELA e AMADA está a cada dia mais FEIA, SUJA, DOENTE e carente de uma administração séria e capaz de aproveitar melhor os R$ 3,5 bilhões que a sua gestão torra anualmente, sem, contudo, conseguir realizar sequer as obras prometidas nas suas duas últimas campanhas eleitoreiras.
Luiziane Lins não pode negar que a FORTALEZA BELA tornou-se, ao longo de sua fracassada gestão, a capital do atraso em áreas vitais como a Saúde, Educação, Cultura, Habitação, Segurança, Infra-Estrutura Urbana, Saneamento; - uma capital onde a maioria das pessoas sofre com a demora dessas OBRINHAS que NUNCA TERMINAM, e também os efeitos do desemprego, da violência, da falta de moradia e do trânsito caótico, um caos que ao longo da sua gestão não teve remédio.
A cidade tem hoje mais de 600 mil veículos e 120 mil motos circulando diariamente, e a cada mês recebe 5 mil novos veículos. Como não há investimentos voltados para a melhoria viária, como não se alarga os corredores, e como não se abriu uma única avenida nova na cidade, o volume crescente de acidentes no transito acabarão desencadeando uma crise sistêmica na saúde. São 5500 acidentes de trânsito por ano, com aproximadamente 1500 perdas humanas, e isso já reflete diretamente na necessidade de mais investimentos e de descentralização das unidades de urgências e emergências para homens, mulheres e crianças, sem descriminação de sexo, idade ou cor.
É uma lástima constatar que ao longo de 6 anos de mandato a Prefeita torrou mais de 18 bilhões de Reais e não conseguiu realizar concretamente nenhuma obra de impacto econômico, social ou mesmo cultural em Fortaleza. Não construiu nenhuma ponte, nenhum túnel, nenhum viaduto e nenhuma praça importante. Tudo o que se vê em Fortaleza ainda são as obras da época do Juraci Magalhães, prefeito tantas vezes atacado e caluniado por Luiziane Lins com a sua camarilha de bajuladores.
No âmbito interno da Prefeitura, Luiziane preteriu o mérito e privilegiou a desqualificação, afastando técnicos de renomada experiência do comando para beneficiar dezenas de correligionários e apiniguados petistas, razão pela qual a sua gestão não acolheu nenhuma solução duradoura para questões imediatas, como por exemplo: reduzir o déficit habitacional de Fortaleza, estimado hoje em 160 mil casas para as famílias de baixa renda.
Sabe-se que 18% dos moradores de Fortaleza residem em assentamentos anômalos ou, como se diz no jargão sociológico, assentamentos de exclusão. Nesses assentamentos identifica-se as mesmas 152 áreas de risco que havia na época do prefeito Juraci Magalhães. Entretanto, apesar de dispor dos apoios dos governos federal e estadual, nada vem fazendo para reduzir a pressão dessas demandas. Nas 152 áreas de risco (lama, lixo e miséria) moram 28 mil famílias, ou seja, moram mais de 100 mil pessoas. No cinturão da cidade há 582 favelas, onde vivem mais de 300 mil pessoas. Nessas áreas (reino da promiscuidade e do tráfico de drogas que envolve meninas de 12 a 16 anos, grávidas e viciadas) a PMF não disponibiliza sequer um serviço de aconselhamento para redução ou controle da natalidade. É um quadro triste e deprimente -, resultado de uma administração que não trabalha e descompreende que a gestão pública é um bem de primeira necessidade para a população e que, qualificar a gestão municipal, melhora a vida das pessoas.
Apesar da gravidade e dos riscos de uma nova epidemia de dengue; apesar do acentuado aumento das demandas da população em todas as áreas; apesar do futuro incerto da cidade, por falta de planejamento; apesar das más notícias acerca da deficiência de proteção municipal do cidadão e do baixíssimo índice de desenvolvimento econômico local, a Prefeita continua preocupada apenas em promover festas de rua, festas que além de degradar a cidade; além de estimular os vícios pelo álcool e o consumo de CRACK, gera poluição sonora e ambiental sem controle e sem disciplina alguma; sem contar com os escândalos financeiros anuais, envolvendo o pagamento de cachês para os artistas contratados pela prefeitura.
Que tipo de AMOR é esse prefeita¿
A palavra AMOR, tantas vezes inserida nos discursos demagógicos de Luiziane Lins, é um anagrama (leitura ao contrário) da palavra ROMA. Curiosamente, foi precisamente em ROMA (antiga) onde homens, mulheres e crianças de todas as camadas sociais, viram o surgimento de uma cultura de entorpecimento social e político que consistia, exatamente, em alimentar, embebedar e entreter o povão como forma de conter o agravamento da situação de descontentamento que se vivia à época.
A estratégia romana de inverter e subverter as prioridades sociais com pão e circo, conformou o estratagema cultural de uma sociedade que fenecia na periferia de um império em permanente crise moral e com déficit de decência, mantendo, para além das muralhas, a escassez de moradia e a miséria de um povo ávido por mudanças, e dentro do palácio, mantinha uma corte de gestores depravados e incompetentes que decidiam em consistório os destinos de ROMA e aplaudiam o ideário da crueldade, da perversão, do vício, da gastança e do desperdício.
A política circense (dos velhos e caquéticos cézares de ROMA) que Luiziane reintroduz de forma irresponsável ao longo da sua fracassada gestão, é uma demonstração clara e fatalista de que o seu "AMOR" por Fortaleza é leviano e falacioso, um amor que já ninguém acredita, pala insinceridade, descumprimento das promessas de campanha e, principalmente, pela ausência de trabalho e de uma proposta séria, voltada para atender realmente às demandas da população.
Sem dúvida, a inversão de prioridades na gestão Luiziane é um agravante contra a população, que precisa barrar a sua pretensão inconsequente de deixar no seu lugar, como prometera recentemente à imprensa do Ceará, até um POSTE SEM LUZ.
Esse é o sintoma clássico de que a Prefeita descompreende a magnitude dos problemas estruturais, urbanos e sociais da cidade, sobretudo quando a enganosa propaganda oficial objetiva deslocar o olhar geral para que possamos ver a prometida “FORTALEZA BELA” através das lentes desfocadas da própria Prefeita; lentes que já não conseguem iludir o eleitor metropolizado, nem mesmo com os embustes de AMOR, PÃO ou CIRCO.
Luiziane Lins demonstraria melhor o seu AMOR pela cidade e prestaria um grande serviço à população de Fortaleza, se tivesse a dignidade de RENUNCIAR o mandato que lhe foi outorgado pelo povo de Fortaleza, na boa-fé.
Ruy Câmara
Escritor e sociólogo
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