quinta-feira, julho 22, 2010

ELEGIA PARA ALEXANDRE RODRIGUES, UM AMIGO QUE SE FOI

Elegiar um amigo que se foi é um ato contristador. É como ler uma endecha pelo fim, um fim não menos triste do que a compreensão falibilista que nos fere e evola-se para além do que inexiste aos olhos das ciências e da moral. 


Hoje é um dia muito triste, sem perguntas nem respostas que justifiquem o ocorrido com o nosso querido Alexandre Rodrigues, que vinha penando e lutando bravamente contra esse estranho mistério da finitude que vive a nos contrariar. 


Alexandre foi e será sempre lembrado como um amigo muito querido, um advogado dos mais responsáveis, éticos e decentes que conheci, e também um leitor voraz e privilegiado, com quem compartilhei idéias e saberes que me servem até hoje. 


Tive a honra de tê-lo na lista dos primeiros homens cultos que leram e comentaram o meu romance de estréia na literatura. Hoje ele nos deixa e o que posso dizer-lhe diante do silêncio hostil imposto pelos desígnios: "Quanta vez, junto a um jazigo, alguém murmura de leve: Adeus, para sempre, amigo. E o morto diz: até breve!" 


Pois bem: vai meu amigo, com os sentidos fixados nesse panorama real que a nossa imaginação não consegue alcançar, e até a hora mística do nosso reencontro que, se houver, será um momento singular e fraterno,  longe das impurezas e das dores deste mundo conturbado onde a vida é tão fugaz quanto as nossas mundanas e passageiras conquistas. Adeu!"!"!

CALOTE ELEITORAL DE CIRO GOMES

Ciro Gomes foi vaiado hoje em Tianguá. Claro que ele mereceu e merece ser vaiado em todo o Ceará, por três motivos substantivos:

Primeiro, pela sua ambição desmedida de (mesmo tendo mudado seu domicílio eleitoral para São Paulo) pretender continuar como CHEFE DESSA OLIGARQUIA ARROGANTE que há mais de 20 anos se reveza no poder do Ceará;

Segundo, pelo CALOTE ELEITORAL que aplicou em mais de 600 mil eleitores que na boa-fé lhe outorgaram um mandato de Deputado Federal em 2006, mandato que ele despreza solenemente, tanto que não deu nenhuma satisfação ao eleitor quando decidiu transferir seu título para São Paulo. 

O terceiro motivo, que é ainda mais grave e desabonador para Ciro Gomes, é o fato de ele não comparecer às seções, de NÃO TRABALHAR PELO POVO DO CEARÁ e de utilizar o mandato popular, apenas e unicamente para RECEBER (sem merecer) uma GORDA REMUNERAÇÃO de causar inveja a qualquer cidadão, que como eu, um dia acreditou na sua honestidade.

Ao mudar seu domicilio para São Paulo, Ciro descumpriu o pacto com o eleitor cearense; mas se fosse dotado dos atributos éticos e morais que imagina possuir, deveria ter a dignidade de devolver ao povo do Ceará o mandato que recebeu, mandato que ele despreza e desmerece, ao certo por se julgar melhor e mais honesto do que os seus pares na Câmara Federal.

O ELEITOR MERECE RESPEITO E DEVE REPUDIAR ESSES POLÍTICOS DEMAGOGOS QUE ABANDONAM OS SEUS CURRAIS ELEITORAIS PARA SE TORNAREM LATIFUNDIÁRIOS DO BRASIL. 

quarta-feira, julho 07, 2010

FARSA OU DEFICIÊNCIA DE TESTOSTERONA?


O jornalista Fábio Campos traçou com precisão na sua coluna de hoje (Jornal o Povo) o itinerário da farsa que cuidaram da encenar na Assembléia Legislativa do Ceará, envolvendo a CPI do Castelão. 

Como era de se esperar, Marcos Cals e outros deputados do PSDB amarelaram solenemente no primeiro teste de oposição. Essa omissão ou cumplicidade mostra claramente que a oposição está morta no Ceará; que o papel do Legislativo Estadual está completamente invertido com o consentimento geral; e que a farsa pode ser deficiência de TESTOSTERONA nos bagos dos políticos invertidos do Ceará.

Em nenhum momento da sua história política o Ceará elegeu uma bancada de deputados estaduais tão raquítica, tão submetida, tão desmerecedora e tão deplorável no seu comportamento e missão quanto essa. O presidente da casa fiscalizadora, Domingo Filho, além de ser um fiel escudeiro, é o vice do governo a quem ele e deveria fiscalizar. Com o consentimento social e amparada por uma legislação impura, a base aliada da oligarquia que governa o Ceará transformou o Legislativo numa extensão subalterna ao Executivo e rompeu com o princípio fundante da democracia política: o equilíbrio de forças entre os poderes.

Então, foi fácil comandar à distância a implosão da CPI que iria apurar possíveis ilícitos numa obra de quase MEIO BILHÃO sem licitação. Paralelamente a isso surge um fato ainda mais envergonhador: o presidente do TCE, Teodorico José de Meneses, rejeitou a ação cautelar impetrada pelo Ministério Público de Contas, que pedia a suspensão de um processo licitatório que concentra 80% dos recursos sem licitação para a reforma do estádio Castelão. 

Vale ressaltar que essa foi a primeira vez, na atual composição do tribunal, que o conselheiro presidente se dignou a usar o voto de minerva em alguma decisão do pleno. E aqui caberia perguntar francamente: para que servem o TCE e a Assembléia Legislativa do Ceará¿

De fato o Ceará tem sido muito generoso com os Ferraira Gomes. Para quem até ontem andava de fusquinha com pneus carecas em Sobral e agora, comandando dessa forma os negócios públicos do Estado, bem como a campanha política mais cara da história deste país, com previsão de gastos na ordem de R$ 273 milhões, sinceramente, é assustador.


Ruy Câmara
Escritor e Sociólogo

segunda-feira, julho 05, 2010

MEIO BILHÃO SEM LICITAÇÃO. SÓ NO CEARÁ!!!

O Ceará deve ser um Estado muito rico ou muito relaxado com o dinheiro público. Tempos atrás um bando cavou um túnel, roubou 147 milhões do Banco Central e ninguém sentiu falta da grana. Agora o governo Cid Gomes quer fazer uma obra no valor de quase MEIO BILHÃO de Reais sem sequer fazer licitação. 


Nem nas épocas de chumbo dos governos totalitários a coisa pública era tratada dessa forma. Mas parece que a sociedade cearense anda tão assustada com a criminalidade à solta nas ruas, que já não se importa e não opina sobre como o Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza empregam o dinheiro que arrecadam da população, algo em torno de 15 BILHÕES por ano.  


Mas por que motivo a imprensa silencia sobre isso? Felizmente a denúncia da Revista Veja acordou a sociedade e mobilizou alguns deputados para uma toma de posição mais firme, o que levou o deputado, Heitor Férrer, a pedir uma CPI para apurar as possíveis irregularidades envolvendo a reforma do Castelão. 


Em pronunciamento feito na Assembeia, Heitor Férrer solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades no processo de licitação para a reforma do estádio Castelão. Heitor explicou que o Governo está fazendo a reforma por meio de parceria público-privada (PPP), no entanto, além da modalidade não ser a mais adequada, há indícios de que a licitação está direcionada a um consórcio de construtoras que tem empresas falidas e que respondem a inúmeros processos judiciais. 

“O que está em jogo é a ilegalidade na utilização de um expediente legal chamado PPP, onde o Estado simplesmente estabelece valores exorbitantes para obras sem avaliar melhores propostas”, afirmou. Segundo Heitor R$ 487 milhões destinados à reforma do Castelão não foram licitados. 

“Está definido pelo Governo que vamos dar de mão beijada à empresa vencedora este valor sem qualquer concorrência. Isto eu considero absurdo. É como se esse dinheiro não tivesse dono. O dono desse dinheiro é o suor do povo do Ceará”, afirmou o deputado. Seis deputados já assinaram a CPI (Heitor Férrer, Vasques Landim, Adahil Barreto, Fernando Hugo, Cirilo Pimenta e Thomas Figueiredo).


                                                            DECISÃO JUDICIAL

O deputado Heitor Férrer destacou na tribuna da Assembleia, a decisão tomada pelo juiz federal substituto da 2ª Vara da Seção Judiciária do Ceará, Dr. Felini de Oliveira Wanderley, sobre o processo que escolheu o consórcio responsável pelas obras do estádio Castelão para a Copa 2014. O magistrado disse ter encontrado uma série de irregularidades na licitação. Uma das quais é a apresentação de atestados de competência técnica irregular e sem validade. 

Nosso papel é pressionar para que os deputados estaduais do Ceará, notadamente os da bancada do PSDB, instaurem rapidamente a CPI para apurar as denúncias feitas pela Veja, denúncias que agora são do conhecimento geral.  

                                                                 Ruy Câmara
                                                                          Escritor e Sociólogo



domingo, julho 04, 2010

OLIGARQUIA E NEPOTISMO NO CEARÁ

Apesar das incompreensões e perseguições que sofremos quando ousamos denunciar publicamente o famigerado plano de esfacelamento das oposições do Ceará, estamos convencidos de que valeu à pena o combate que travamos no âmbito do DEM e do PSDB em defesa do posicionamento e da coerência desses partidos na linha de oposição ao Governo Cid Gomes.

Felizmente o senador Tasso Jereissati acordou de um sono letárgico e cuidou de reposicionar seus dois partidos (PSDB e DEM) no caminho do qual não deveriam ter sido desviados pelo próprio senador: o caminho  da oposição e do enfrentamento à OLIGARQUIA FERREIRA GOMES.

Mas é verdade que ainda pairam muitas dúvidas quanto a disposição real do candidato de Tasso (Marcos Cals, ex-secretário de justiça o governo Cid Gomes) de combater prá valer a OLIGARQUIA e o NEPOSTISMO vigente no Ceará. 

Para quem até ontem era subalterno, de repente passar a criticar o governo que defendia, não deve ser fácil, tanto que o deputado Marcos Cals não fez ainda nenhum esforço na Assembléia Legislativa para a instauração da CPI do Castelão, obra que envolve recursos na ordem de R$ 450 milhões e que foi motivo de uma denúncia feita pela Revista Veja recentemente. 

Evidentemente que há muito mais a criticar e a reprovar nas práticas do governo do Ceará. Como sabemos, Cid Gomes chega ao último ano do seu mandato e até agora não nos foi possível identificar os rumos da gestão no que diz respeito ao prometido salto de desenvolvimento do Estado. Se há algum grande projeto de desenvolvimento, este só existe nos discursos e promessas do governador.

Com excessão dos hospitais em construção em Sobral e em Juazeiro do Norte; do recapeamento com emulsão asfástica de 2,7 mil km de estradas e de algumas novas escolas, e pequenas obras, o governo não tem o que mostrar que possa justificar os quase R$ 50 bilhões que foram gastos nos últimos anos. 

Pelo que se constata na prática, o governo não tem metas nem cronogramas. Tanto é verdade que deixou para iniciar algumas obras no último ano da sua gestão e até aqui, aparenta ser uma gestão intuitiva e de ações improvisadas. O Grande Salto para o futuro acabou sendo um salto para trás em  vários quesitos, principalmente no quesito SEGURANÇA. 

O tão badalado governo itinerante de Cid acabaou se esvaziando por falta de resolutividade e descumpimento do que foi prometido, reprometido e descumprido. Quem anda pelo interior do Ceará sabe que a sensação é de pessimismo e medo de retalizações políticas e orçamentárias. 

Ao exemplo da fracassada gestão da prefeita Luiziane Lins, o governo Cid Gomes transformou o Ceará no canteiro das grandes obras de ficção, obras que só existem como miragem: cadê a transposição¿ a refinaria¿ a transnordestna, a siderúrgica¿ o metrô¿ o estaleiro naval¿ o aquário¿ o Centro de Feiras¿ as obras estruturantes¿ E por que motivo até agora nenhuma grande obra do PAC foi concluída¿

Por escassez de obras de envergadura, Cid Gomes vem repetindo a velha e surrada cantlilena que Luiziane Lins utilizou na sua campanha de reeleição para em seguida aplicar o maior calote eleitoral da história de Fortaleza: "Não fiz obras de infraestrutura, mas investi nas pessoas." Em verdade, uma falácia sem conteúdo e sentido que um certo marketeiro, cujo nome é bom e prudente que equeçamos, inventou e o eleitor, de Fortaleza, com a sua ingenuidade franciscana, acreditou e subscreveu nas urnas como verdade. 
 
Ruy Câmara
Escritor e Sociólogo