O COMUNISMO, disfarçado de socialismo, mais do que todas as pestes ou hecatombes, é o flagelo maior que já se abateu sobre o homem desde o início dos tempos.
(Ruy Câmara)
Ossip Mandelstam, poeta russo, sentiu na carne, na alma e nos sentidos os flagelos impostos pelo comunismo, numa época atroz e assassina que já caiu no esquecimento das novas gerações. Seus anos de sofrimento nos cárceres são narrados de forma magistral na obra, De Mandelstam para Stálin, graças à pena do escritor, Robert Littell.
Brindarei o leitor com um fragmento tocante de um dos seus poemas mais singelos, escritos antes da sua morte, em 1938, num hospício-prisão na gélida Sibéria, onde estive recentemente:
Eu não podia sentir no nevoeiro
Tua imprecisa imagem de ansiedade,
Oh meu Deus, foi o sussurro que primeiro
Me saiu do peito bem contra vontade.
A imagem de Deus, como um pássaro grande,
Do meu peito a voar se despedia!
À minha frente paira uma névoa espessa,
Atrás de mim ficava uma gaiola vazia...
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