Há meses eu ouço com espanto inúmeros comentaristas que pensam conhecer os EUA apenas porque passaram alguns dias na cosmopolita New York ou em Miami, gente que nunca se ocupou com a história daquele país, opinando às tontas na imprensa (apenas por ouvir dizer) sobre geopolítica ou sobre sociedade americana.
Testemunhei ao longo de 1 ano e 8 meses de campanha eleitoral, Trump sendo torrado pela combustão de tintas e papeis incendidos pelos sopros das vozes inconformadas de boa parte da imprensa mundial. Durante esse período, todos os americanos tiveram a chance de conhecer as propostas, ideias e até mesmo as idiossincrasias de cada candidato.
A pergunta que eu faria hoje aos inconformados é simples: por que os americanos elegeram Trump e não Hillary? Ora, é óbvio que o elegeram porque com ele se identificaram e aprovaram a sua plataforma, o seu programa, a sua postura crítica e até mesmo o seu topete cafona de velho vaidoso e autoconfiante.
Tive a sorte de viver nos EUA e de me aprofundar na sua longa e sinuosa história. Talvez por isso eu comprendo os motivos que impingem os americanos a não perdoar líderes fracos, traídores ou covardes. A história mostra que aquele líder que comprometeu ou ousar prejudicar a Nação com inação, populismos, mentiras ou frouxidão, foi ou será abatido num piscar de olhos.
Quem se assustou com as idiossincrasias de Trump, desconhece que os EUA têm as mais sólidas instituições democráticas do planeta, todas elas estruturadas, guiadas e obedientes aos fundamentos constitucionais seculares, de modo que um presidente nos EUA não pode fazer o que pretende sem a aprovação das instituições jurídico-políticas e sociais do Estado americano.
Ademais, o cargo de presidente nos EUA tem uma liturgia que praticamente não muda desde a carta de Thomas Jefferson e o povo americano é muito atento a essa liturgia. O poder do presidente dos EUA tem limites claros e suas responsabilidades são ainda mais claras.
Parece certo dizer que, o que mais vem inquietando os comentaristas da banda pobre e conflituosa do mundo, não é o tema polêmico da imigração, nem a duvidosa tese do aquecimento global, e sim os discursos de campanha de um candidato que ousou afrontar todo o establishment ou melhor, a ordem ideológica, econômica, política, acadêmica e até mesmo a jurídica que regula a sociedade americana.
Trump foi o escolhido pelo contribuinte americano por seus méritos, suas crenças e convicções, e nessa escolha não pesou as oponiões dos brasileiros, latinos, asiáticos e outros. Portanto, Trump tem o dever de governar a América para os americanos, zelando pelos interesses daquela nação e da sua gente.
É fato incontestável que nenhuma nação do planeta pode suportar o peso social e o impacto cultural de 39 milhões de imigrantes, dentre os quais aparecem 12 milhões vivendo ilegalmente e às custas do contribuinte que trabalha e paga seus impostos. Além disso, há 2 milhões de imigrantes ilegais criminosos cumprindo suas penas na penitenciárias que são mantidas pelo contribuinte. Atualmente são 1,8 milhões de brasileiros vivendo ilegalmente nos EUA. Ora, o Brasil que se desenvolva e se promova para garantir a subsistência dos cidadãos brasileiros em solo brasileiro. O mesmo vale para as demais nações.
A Europa sempre foi incompetente em matéria de paz e de tolerância. O Reino Unido, após a vitória do "brexit", foi o primeiro a votar contra a onda de imigração latina, asiática e muçulmana. A França, com a sua incorrigível covardia, já declarou-se contra o acolhimento dos refugiados do velho mundo; e a Alemanha, nação que convive com um insuperável drama de consciência, já está arrependida por haver sido tão tolerante com os imigrantes.
O Canadá tem hoje 6,5 milhões de imigrantes e já avisou que não suporta mais esse peso social. Com certeza, em breve terá, obrigatoriamente, de tomar providências, do contrário cada cidadão canadense sofrerá o impacto dessa omissão governamental pagando mais impostos para suster o peso social dos imigrantes sobre o Estado.
Trump não venceu somente Obama, Hillary e Clinton. Ele venceu todos os DEMOCRATAS, venceu a maioria dos caciques do próprio partido, REPUBLICANOS e foi eleito presidente por méritos próprios, lutando praticamente sozinho contra toda a máquina governamental americana; contra a opinião apressada de grande parte dos comentaristas políticos de outras nações, notadamente dos comentaristas franceses, germânicos, latinos, asiáticos e brasileiros. O recado dos americanos para o mundo foi claro: os EUA não toleram líderes populistas.
O sonho americano, outrora levado nas carroças dos velhos ingleses para o Oeste, levantou-se mais uma vez em toda a América com a eleição de Trump. Tanto é verdade a inconformação dos eleitores americanos que, nessas eleições optaram por renovar toda a Câmara e 1/3 do Senado, tendo Trump o apoio da maioria do novo Congresso.
Ele, com a sua ousadia, estraçalhou todos os prognósticos e jogou na lixeira todas as apostas contrárias à sua vitória. Seu lema de campanha (fazer a América grande de novo) conquistou os americanos de todas as cores, crenças e origens, mas para os não-americanos ou invejosos antiamericanos, seu lema implica impor perdas a todos as nações, rivais potenciais dos Estados Unidos, a começar pela China, seguida pelo México e por outras que se beneficiaram com o declínio da era Obama.
Mais do que todos os ex-presidentes, Trump sabe que o negócio da América são os negócios, por isso, não há dúvidas de que ele, com a sua fibra, coragem e experiência vivida como homem de grandes negócios, será um dos mais importantes presidentes da grande pátria americana.
Talvez seja desnecessário dizer que, quem o elegeu sabe que ele será o presidente mais rico da história dos Estados Unidos, afinal, sua fortuna, estimada neste ano pela Revista Forbes em US$ 3,7 bilhões, supera a renda e o patrimônio de todos os seus antecessores juntos. Mas, por haver sido eleito tão somente pelo povo americano, seu dever é governar a América para os americanos e não para os imigrantes que por lá vivem às custas do contribuinte que trabalha, que empreende e tem a tradição de doar parte da sua riqueza para desenvolver as intiuições do seu país.
Como bem o disse Obama: “Campanha eleitoral é uma escaramuça intramuros e já terminou. Agora é hora de união, afinal, não somos somente democratas ou republicanos. Somos primeiro americanos e patriotas."
E Hillary Clinton foi precisa ao dizer: “devemos aceitar o resultado e olhar para o futuro. Trump venceu e estamos prontos para ajudá-lo no que for preciso." Ou seja, disseram, noutras palavras, que toda aquela encenação faz parte dos jogos políticos; faz parte da dramaturgia eleitoral para conquistar do eleitor, de modo que, não será surpresa quando o cotidiano da Casa Branca revelar um Trump paz e amor.
E Hillary Clinton foi precisa ao dizer: “devemos aceitar o resultado e olhar para o futuro. Trump venceu e estamos prontos para ajudá-lo no que for preciso." Ou seja, disseram, noutras palavras, que toda aquela encenação faz parte dos jogos políticos; faz parte da dramaturgia eleitoral para conquistar do eleitor, de modo que, não será surpresa quando o cotidiano da Casa Branca revelar um Trump paz e amor.
O revezamento no poder é salutar e a vitória de Trump mostrou ao mundo que a fronteira entre o sonho-realista de uma nação independente e a realidade factual do seu entorno, não é só uma questão de autoafirmação ou de vaidade, mas de percepção, condução e de comando, afinal, o mundo com a presença de Trump no comendo dos EUA não será melhor, nem pior do que já foi ou é.
Ruy Câmara, é escritor e sociólogo
http://blogdoescritorruycmara.blogspot.com.br/2016/11/trump-da-fritura-vitoria.html
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