terça-feira, novembro 22, 2011

A HIPOCRISIA DE ONGUISTAS E CARAS PÁLIDAS



Que bela Top Model pode ser essa jovem Ameríndia da Geração Banda Larga do Xingu! Pele bronzeada; cabelos negros, lisos e longos; lábios carnudos e olhos castanhos claros penetrantes, esplêndida de vigor e de beleza; é a encarnação de Eva vestida na própria pele, inteiramente nua, tal como a serpente que induziu Adão a desobedecer o bom Deus para desfrutar das tremuras da carne no Paraíso. 

Para quem está conectado ao paraíso cyber da web, utilizando energia hidráulica das usinas de matrizes limpas e autossustentáveis, essas que os naturalistas exaltados tanto condenaram por jumentice ideológica crônica, é cômodo demais, é hipócrita demais pretender que aproximadamente 400 mil índios brasileiros (0,00018% da população brasileira) permaneçam fora dos contextos da civilização, por exclusão imposta por poderosos grupos de interesses; por falta de programas de integração social; por desconhecimento antropológico, por ausências das técnicas de produção moderna, e até mesmo por falta de assistência humana ao índio, que um item básico e indispensável à vida dessas 300 etnias que falam 275 diferentes línguas. 

Para os naturalistas, ambientalistas, ecologistas, preservacionistas e onguistas oportunistas que vivem de verbas estatais, privadas e de exploração a pretexto de preservação, todos eles em casas iluminadas, climatizadas, sem mosquitos, com água bombeada e aquecida por força elétrica das turbinas de Itaipu, Furnas, Salgadinho, Xingó, Belo Monte e outras mais, usando roupas lavadas à máquina e passadas à ferro elétrico, rodeado de móveis de madeira de lei ou fora da lei, podendo trabalhar em espaços refrigerados e andando por ruas iluminadas e, ao final da canseira do dia, como é sublime ir ao barzinho da esquina para ouvir uma boa música, comendo iguarias e tomando umas geladíssimas - é de fato cômodo não aceitar que a Amazônia não se desenvolva aos padrões das demais regiões que desconhecem a precariedade da vida isolada.  


Aos políticos, preservacionistas e os onguistas exaltados contra a privatização da Eletrobras e contra os novos projetos de produção de energia hidráulica, esses que querem “amerindianizar” os descendentes dos meus antepassados, índios da Amazônia, eu sugiro que ponham em prática as suas teses, começando por se desconectarem agora mesmo da web, em seguida desliguem a energia de suas casas; do prédio, da rua, do bairro, da cidade inteira, e tentem viver assim apenas por uma semana. Eu não gostaria de testemunhar a confusão que causariam, para não dizer, o caos. 

Para os caras pálidas que criticam as propostas ambientais do Presidente Bolsonaro, esses que pensam que os ameríndios são apenas bichos do mato, como os são as pacas, antas e caititus; que são incapazes de se desenvolverem, material e intelectualmente, aos padrões dos ditos civilizados, por isso mesmo não carecem de energia elétrica; eu afirmo com a responsabilidade de quem conhece e bem a Amazônia: vocês estão redondamente equivocados, pois no meio da selva de bichos está surgindo uma Geração Banda Larga de AMERÍNDIOS BRASILEIROS de todas as idades que adoram o conforto, o regaço de um lar com peixes e biritas à mesa, e são fascinados por engenhos tecnológicos, tais como: computadores, celulares, filmadoras, motos, carros, armas de fogo, aviões, e apreciam filmes, pessoas bonitas, adoram futebol e muitos ali são torcedores do Corinthians, do Flamengo e da Seleção Brasileira.  

Os ameríndios da aldeia de Álvaro Tukano são "fascinados por tecnologias" e estão convictos de que o aprendizado e a inclusão digital são muito mais importantes para a vida deles, do que caçar bichos na selva. Takuno, um líder indígena que conheci, afirma que só a tecnologia poderá salvá-los do canibalismo cultural e da exclusão social levada à cabo pela igreja esquerdista, pelos onguistas financiados com dinheiro nosso, e por esses caras pálidas que subjugam as potencialidades e necessidades da Amazônia com suas gentes. 

Os jovens ameríndios do Xingu (território imenso que visitei) descobriram recentemente o feitiço da internet (fibra ótica) e já estão questionando os dolorosos ritos e castigos impostos pelos anciãos das suas tribos às crianças com deficiência e agora desejam viver com o mesmo conforto que assistem nas novelas e filmes. 

Eu tenho orgulho da minha ancestralidade ameríndia (sou bisneto de uma velha feiticeira do Rio Guaporé) e conheço muito bem a Amazônia brasileira - onde meu pai, ao regressar da 2ª Guerra Mundial, trabalhou na construção da linha telegráfica de Porto Velho a Rio Branco e onde trabalhei a serviço da Petrobrás, na construção da Transamazônica; de modo que, não posso levar a sério esse bom-mocismo de ambientalistas e ecologistas hipócritas que diariamente, do alvor ao ocaso, degradam o próprio entorno impunemente.

Então, senhores inimigos das privatizações e do progresso humano, por favor não me venham com o argumento fajutos de que os povos da Amazônia não precisam de integração ou da energia. Precisam sim, e urgentemente, pois é precisamente lá onde a natureza oferece uma das maiores reservas hídricas do mundo e essas potencialidades devem sim, serem aproveitados agora e já, em benefício dos índios e de todos os brasileiros, afinal, sem investimentos privados nas diversas formas de produção de energia, não haverá desenvolvimento sustentável nas comunidades que vivem secularmente ameaçados pela ganância e estupidez de políticos mercenários, de naturalistas e onguistas-picaretas que não sabem sequer apontar no mapa onde fica o Xingu. 

Ruy Câmara





3 comentários:

  1. Minha solidariedade ao texto do colega Ruy Câmara, que como eu, ainda é um dos poucos brasileiros com caráter suficiente para assinar pela verdade. Parabéns,caro amigo.
    Cláudio B.
    Autor e editor
    http://www.wix.com/projetomessias/homebrasil
    http://www.facebook.com/editoraprojetomessias

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  2. parabéns belo texto...quem sabe alguém aprenda mais sobre nosso BRASIL...marta fernandez

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  3. Parabéns pela coragem em desafiar a opinião daqueles que são contra a construção da usina de Belo Monte. Você fala com propriedade e conhecimento da causa.

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