segunda-feira, janeiro 23, 2012

Cultura, Maribondo de Fogo e Papagaios de Pirata.



Atendendo aos apelos dos "amigos" do Ideal Clube, não mais mobilizarei os grupos sociais para os protestos contra a famigerada presença em Fortaleza dessa SARNA NACIONAL que atende por José Ribamar Ferreira Araújo da Costa Sarney.



De minha parte o lacaio que preside o Senado da República poderá transitar por aí impunemente. Desmobilizei-me contra sua presença num evento literário que ajudei a criar, apenas para não me acusarem de estragar uns instantes de glória de alguns pobres bonifrates dessa província que estão empenhados em  se exibirem ao lado desse embusteiro, filho bastardo da ditadura; cúmplice e conivente com o que há de pior no Congresso Nacional – Renan, Jader, Collor e outros  - que tão ordinariamente subvertem o pouco do que poderia restar de moralidade na política nacional. 

Sou testemunha de que o ideal Clube tem feito muito pela Cultura do nosso Estado e até mais do que as instituições oficiais (estadual e municipal) que torram anualmente mais R$ 200 milhões sem conseguirem fazer ou realizar um único projeto de Cultura consistente e auto-sustentável.

Mas dessa vez o evento que concebi e ajudei a se consolidar (PRÊMIO NACIONAL DE LITERATURA DO IDEAL CLUBE) será ofuscado com a presença desse oligarca que apoderou-se de tudo ou quase tudo no Maranhão e de boa parte do Acre; e é provável que os animadores culturais da terrinha acreditem mesmo que o sucesso de um autor se afirma com esse tipo espúrio de compadrio. Essa inversão de mérito e de valores é um equivoco retumbante e não constitui avanço!

Ora, se de fato quisessem honrar as letras nacionais, não convidariam uma figura repugnante da política para roubar a cena dos autores premiados e sim um(a) autor(a) honrado(a), de reputação ilibada, como a escritora e presidente da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, ou o poeta maranhense, Ferreira Gullar; ou a escritora cearense Ana Miranda; dentre tantos outros autores dignos do apreço e respeito do povo brasileiro. 

Mas o peleguismo rastaquera dessa província chega a tal ponto de descompromisso com a ARTE PELA ARTE MESMA, que certas escolhas podem se confundir com uma espécie de vedetismo pessoal xenófobo e miserável.  

Como foi sugerido por outros amigos que também detestam essa SARNA repugnante, é provável que o tema comporte um artigo, cujo título pode ser: “Cultura, Maribondo de Fogo e Papagaios de Pirata.” Sarney passa, mas a sarna fica. 

Ruy Câmara

2 comentários:

  1. O problema é menos a sarna do sarney ou de outros tantos semelhantes. Gente que usa as letras como alavancas sociais. O problema é que estão LÁ por que fazem parte da casa grande erigida e reforçada há 500 anos. Casa mantida e defendida pelos que, conhecendo as próprias mazelas, nunca esquecem que, como classe que tem CLASSE, tem sempre razão. Incluindo sarney e outros membros, moles ou duros, das vaidades acadêmicas. Sempre vetustamente anêmicas. Coitadas!. Ainda bem que enquanto as fofocas literárias, ou de morais (des)valorizadas correm pelas salas e corredores dos senhores da casa grande colonizada empalitozada, as ruas vão tornando comuns os que preferem ser menos exibidos e mais entrosados. Mia academia mia...
    Julio Cesar Montenegro- jcmontenegro@globo.com

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  2. As informações que me chegaram ontem davam conta de que a festa de premiação dos autores, no Ideal Clube de Fortaleza - evento programado para mais de mil pessoas e que seria presidido pelo repugnante José Sarney, foi um verdadeiro fiasco de público. Apenas umas 50 pessoas circulavam nos salões vazios. Ribamar Sarney, com certeza, afugentou o público. Nem o ganhador do prêmio principal compareceu ao evento e o próprio Sarney, avisado do fiasco e temendo uma chuva de ovos podres, também não se dignou a comparecer. Uma lástima. Mas de quem é a culpa pelo fiasco, eu respondo! Justamente de quem, por nada entender de Cultura, confunde o mérito literário com os jogos de poder. Da próxima vez (se houver uma próxima vez) espero que respeitem e valorizem a arte pela arte mesma, até para serem respeitados como animadores conscientes do ofício. Ruy Câmara.

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