Essa fábula poderá servir para quem, em dado momento da vida, se imagina sem saída ou no fundo do poço.
Certo dia um jumento, filho de uma burra velha, caiu num poço e não conseguia sair dali. O animal relinchou, relinchou durante dois dias seguidos. Seu dono era um velho já cansado da vida e não tinha forças para tirar o jumento dali. No terceiro dia apareceu por lá o coveiro do distrito e o velho então pediu-lhe para dar um jeito naquela difícil situação, pois já não suportava mais ouvir seu jumentinho relinchando como se pedisse socorro.
O coveiro viu o jumento ferido no fundo do poço seco e disse que só havia uma solução. Embora contra a sua vontade, o velho entendeu e concordou. O coveiro pegou uma pá e com a ajuda de um auxilar, começaram a despejar terra no lombo do jumento, tentando sepultá-lo vivo o mais rapidamente possível.
O velho afastou-se dali aos prantos para não ver aquela sena de sacrifício. O trabalho de sepultamento prosseguia quando, de repente, ouviram o jumento relinchando bem mais de perto. O rapaz olhou para dento do poço e tomou um susto. A cada pá de terra que caía sobre o lombo, o jumento sacudia-a e dava mais um passo para cima. Assim, de degrau em degrau, todos viram o jumento subindo nos morrinhos de terra, até que finalmente conseguiu chegar ao topo. Quando o velho se aproximou sorrindo de alegria, o jumento saltou por cima do anel do poço e, para alegria geral e espanto do coveiro, seguiu a trilha o foi comer na várzea como se nada o houvesse acontecido.
Na vida há sempre alguém disposto a subestimá-lo, assim como há sempre um coveiro disposto a enterrá-lo vivo, principalmente se você estiver no fundo do poço.
Nessas ocasiões terríveis, lembre-se desse jumentinho. Lembre-se de que, mesmo nas situações mais caóticas da vida, é possível transformar cada problema num degrauzinho que o conduza para cima.
Claro que cada um pode sair, mesmo sem o saber, dos abismos mais profundos da vida; basta não se dar por vencido ou derrotado, pois na vida há sempre alguém que também sofre com o seu sofrimento e que gostaria de vê-lo saindo do fundo do poço e seguindo em frente.
Autor desconhecido.
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